Dicionário ferroviário


Dicionário Ferroviário


Acessório de via: denominação dada ao aparelho de mudança de via, girador, para choques e a outros pertences metálicos da via, tais como placas de apoio, talas de junção, grampos, etc.

Aparelho de Mudança de Via (AMV): é um conjunto de peças colocadas nas concordâncias de duas linhas para permitir a passagem dos veículos ferroviários de uma para outra. Também denominado de "chave", compõe-se das seguintes partes principais: agulhas, contra-agulha ou "encosto da agulha", aparelho de manobra, trilhos de enlace ou de ligação, "coração" ou "jacaré", calços, coxins e contra-trilhos.

Automotriz: veículo autopropulsionado, destinado ao transporte de passageiros, geralmente empregado para viagens a curtas distâncias, podendo, todavia, rebocar um ou mais carros.

Barra de trilho: é o tamanho em que os trilhos são fornecidos. Normalmente em comprimento de 12; 18 e 24 metros.

Bifurcação: ponto em que uma linha férrea se decompõe em duas.

Bitola: é a distância entre as faces internas dos boletos dos trilhos, tomada na linha normal a essas faces, 16mm abaixo do plano constituído pela superfície superior do boleto.

Bitola de rodeio: distância entre pontos das rodas de mesmo rodeiro, mais próximos aos trilhos, medida perpendicularmente às linhas de bitola.

Bitola estreita: aquela inferior a 1,435m.

Bitola larga: aquela superior a 1,435m. No Brasil, é a bitola de 1,600m.

Bitola métrica: aquela igual a 1,000m.

Bitola mista: via férrea com três ou mais trilhos, para permitir a passagem de veículos com bitolas diferentes.

Bitola Standard (internacional): aquela igual a 1,435m, oficialmente adotada pela Conferência Internacional de Berna, em 1907

Bloqueio: sistema de licenciamento a intervalo de espaço em que um trem que circule no trecho fica bloqueado por sinais arvorados nas extremidades desse trecho.

Brita: é a denominação dada às pedras quebradas nas dimensões determinadas pelas normas técnicas.

Cabina (cabine): local onde se acha instalado o comando da sinalização e da movimentação das chaves. Existem cabinas de controle mecânico (por meio de alavancas em conexão com os sinais e chaves) ou automático (elétrico). Certas cabinas controlam ainda as porteiras das passagens de nível.

Cancela (porteira): estrutura móvel de madeira ou metal para fechar uma passagem ou cruzamento com rua ou estrada de rodagem.

Carga: tudo aquilo que se transporta de qualquer modo e por qualquer meio. A palavra carga pode ser empregada, no sentido amplo, para designar as bagagens, encomendas, mercadorias e animais, entre outros.

Carro controle: aquele capaz de registrar graficamente a situação do alinhamento, nivelamento e bitolamento da via.

Cavalo de força (HP): unidade de potência que corresponde ao trabalho realizado em um segundo, para elevar 550 libras a um pé de altura (550 foot-pounds/second).

Cavalo-vapor (CV): unidade de potência que corresponde ao trabalho realizado em um segundo, para elevar 75 kilogramas a um metro de altura.

Centro de controle operacional (CCO): órgão que centraliza e controla as atividades técnicas da Operação. Composto pelo Posto de Controle Central de Auxiliares (PCC-A), Posto de Controle Central de Tráfego (PCC-T), Posto de Controle Central de Energia (PCC-E) e Posto de Controle Central Geral (PCC-G).

Chave: é outra denominação dada aos Aparelhos de Mudança de Via (AMV).

Chave falsa: chave colocada em determinados pontos (como saídas de pátios com grandes declives) para desviar vagões para desvios mortos ou mesmo descarrilá-los em casos de disparos, visando evitar acidentes mais graves.

Chave com travador elétrico: chave operada manualmente com travador elétrico. Travada em posição normal, a fim de impedir que venha a ser utilizada sem prévia autorização.

Comboio: trem, série de carros e vagões rebocados por locomotiva.

Composição: o conjunto de carros e/ou vagões de um trem, formado segundo critérios de capacidade, tonelagem, tipos de mercadorias, etc.

Container: tipo de embalagem especialmente construída para o transporte de mercadorias em vagões de estrada de ferro, navios e caminhões. Consiste em uma caixa com tamanho e formato convenientes para o melhor aproveitamento do veículo transportador e facilidade de movimentação (carga, descarga, baldeação, etc.).

Contratrilho: pedaço de trilho curvo nas extremidades, colocado paralelamente ao trilho da linha, para impedir a roda de descarrilar (nas passagens de nível, pontes, cruzamentos) ou ainda evitar que o friso da roda se choque com a ponta do jacaré ou da agulha (nas chaves). Trilhos de comprimento adequado, colocados junto aos trilhos externos e de um lado e outro do coração do AMV, tendo por finalidade "puxar" o rodeiro para fora, evitando que os frisos das rodas se choquem contra a ponta do coração. Trilho ou outro perfil metálico, assentado na parte interna da linha, destinado a guiar a roda e, ainda a protegê-la de impactos nas passagens de nível.

Cruzamento: interseção de uma via férrea com outra; peça usinada com trilho e contra-trilho, ou peça maciça com caminho de friso, que permite à roda seguir em uma das vias atravessando a outra.

Dormente: peça de madeira, concreto, concreto protendido ou ferro, onde os trilhos são apoiados e fixados e que transmitem ao lastro parte dos esforços e vibrações produzidos pelos trens.

Dormente de aço: aquele fabricado de aço laminado e prensado, de acordo com dimensões e perfil pré-estabelecidos.

Dormente de concreto: feitos em concreto armado, podem ser de concreto protendido, bi-bloco (concreto e aço) e polibloco.

Dormente de madeira: feitos de madeira, atendem a especificações em que são fixadas as qualidades da madeira, dimensões, tolerância, etc.

Fogueira de dormentes: estrutura de emergência construída de dormentes trançados e travados.

Garfo: ferramenta com dentes longos, usada no manuseio de pedras britadas.

Inspetores: empregados que percorrem diariamente a linha para verificação do seu estado, fazendo pequenos reparos, tendo em vista a segurança do tráfego. Essa incumbência geralmente é dada ao pessoal das Turmas de Conserva, também conhecidas como rondas.

Lastro (trem de): trem em serviço da estrada no transporte de pedras britadas, cascalho ou saibro para lastro das linhas e também outros materiais de via.

Lastro de pedra: aquele constituído de pedras britadas ou quebradas, ou de seixos rolados.

Levante do lastro (alçamento do lastro): colocação de camada do material de lastro sob o dormente, com objetivo de estabelecer ou restabelecer o greide da via.

Linha 1 (um) e 2 (dois) em pátios: para efeito de referência, considera-se: linha 1 (um) de um pátio, a linha destinada ao cruzamento de trens que se posicione à esquerda, e linha 2 (dois) à direita, olhando-se no sentido crescente de quilometragem.

Linha múltipla: mais de duas linhas principais, paralelas, a serem numeradas, cuja utilização será determinada por instruções especiais. As linhas duplas ou múltiplas sinalizadas para tráfego em ambos os sentidos não terão corrente de circulação especificada.

Locomotiva: um veículo impulsionado por qualquer tipo de energia, ou uma combinação de tais veículos, operados por um único dispositivo de controle, utilizado para tração de trens no trecho e em manobras de pátios.

Locomotiva a vapor: é a locomotiva acionada por intermédio de cilindro, êmbolo, bielas e manivelas, com o vapor produzido na caldeira da locomotiva.

Locomotiva a diesel: acionada com motor ou motores diesel, com transmissão elétrica (diesel elétrica) ou hidráulica (diesel hidráulica).

Locomotiva elétrica: acionada com energia produzida em fonte central e recebida pelo contato do pantógrafo da locomotiva com o fio trolley (locomotiva diretamente elétrica).

Locomotiva escoteira: locomotiva que viaja desacompanhada de carros e vagões no percurso desde a sua saída do depósito até o ponto de formação de trem especial requisitado ou, em viagem de regresso.

Pátio: grande área de terreno, mais ou menos nivelada. Áreas externas em torno das estações, oficinas, depósitos etc., onde se colocam desvios. Área de esplanada em que um conjunto de vias é preparado para formação de trens, manobras e estacionamento de veículos ferroviários e outros fins.

Superestrutura: abrange o conjunto: via permanente, estações, edifícios, oficinas, linhas de manobra, depósitos de carros e locomotivas, reservatórios de líquidos e combustíveis, etc.

Trem: qualquer veículo automotriz ferroviário, uma locomotiva ou várias locomotivas acopladas, com ou sem vagões e ou carros de passageiros, em condições normais de circulação e com indicação de "trem completo".

Turma de Via Permanente: equipe de homens a qual cabe manter e reparar a via permanente em determinado setor da estrada.

Turma volante: turma especial móvel, em geral numerosa e mecanizada, que efetua serviços de conservação extraordinária.

Vagão: é o veículo destinado ao transporte de cargas. Os veículos para o transporte de passageiros são mais comumente chamados de "carros", incluindo-se os "dormitórios", "restaurantes" etc. Os vagões de mercadorias podem ser fechados ou abertos. Os abertos podem ser dos tipos: pranchas, gôndolas com fueiros ou de bordas, plataformas, etc. As estradas possuem vagões de tipos especiais para certas mercadorias: tanques, frigoríficos, vagões rebaixados, vagões para minérios e carros-box para condução de animais de raça, etc. Na parte externa, os vagões trazem inscrita a lotação respectiva (peso útil), bem como o seu peso normal (tara).

Vagões coletores: vagões que trafegam em determinados trechos para coletar as pequenas expedições de mercadorias e animais, despachadas em estações de pouco movimento.